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QUAL O VALOR DE UM SONHO?


Você sonha dormindo ou acordado?

Nós temos a capacidade de viajar com a imaginação no tempo e no espaço, e isso foi uma invasão do sonho na vigília.

E sonhar dormindo invadiu a vigília, e passou a ser o sonhar acordado. Quer um exemplo?

Feche os olhos e pense na memória que você tem mais antiga de férias com a família, aquela que você era uma criança.

Imagine uma cena, não só uma imagem, mas uma espécie de filminho, desse momento.

Agora, imagine os seus netos, e se você não tiver filhos, imagine os seus sobrinhos-netos ou netos dos seus amigos.

Depois, imagine a sétima geração após a sua, como se fosse também um filminho. Em seguida, abra os olhos e leia a pergunta abaixo:

Você conseguiu imaginar?

Creio que sim e sem muita dificuldade, pois são grandes as chances de você ter conseguido imaginar o passado e o futuro.

Então, é possível concluirmos que estamos o tempo todo viajando no tempo, seja no passado ou no futuro.

Em sonhos, chamamos isso de consciência offline, pois ela não está em contato com a realidade.

Não é mais a autorrepresentação fazendo coisas no mundo, é a autorrepresentação fantasiando, inventando novas memórias, que ainda não existiram, mas que podem existir.

Lembra de Santos Dumont, que teve a vida invadida pelo sonho de voar?

Daí tiramos a importância de perceber o papel dos sonhos, sobretudo na sua narrativa.

Afinal, sonhar, todo mamífero sonha, mas narrar o sonho, só os seres humanos têm essa capacidade.

“E qual a importância de eu narrar um sonho?”

Para os cientistas, a importância de narrar o sonho é contar para os outros, pois, fazendo isso, você aumenta sua interpretação e os outros passam a saber o que você sabe.

Eles dizem que o sonho que você sonha só é loucura! Mas o sonho coletivo é a realidade.

“Pode exemplificar?”

Na antiguidade, o sonho era contado para extrair informação e conhecimento. Hoje, não damos a real importância para isso.

Era o momento em que a pessoa saía do mundo da realidade dura e abria o campo das possibilidades.

Os egípcios e os assírios já registravam, por escrito, exemplos de interpretação dos sonhos, pois consideravam uma forma de se comunicar com os deuses.

Um exemplo prático, mais recente, é dos irmãos norte-americanos, Wilbur e Orville Wrigh, que também realizavam inúmeros experimentos de voo, buscando fazer um objeto mais pesado que o ar, voar.

E hoje, como está a história da aviação para a humanidade? Você já andou de avião ou ainda é um sonho?

Em outro contexto onírico, Francis Crick, ganhador do prêmio nobel, disse que os sonhos são produtos da atividade aleatória do córtex cerebral. E ele serve para apagar memórias.

E de fato o sono apaga a memória, pois acabamos esquecendo um monte de coisa que não precisamos lembrar.

Lembra do que você comeu no almoço, nessa última quarta-feira? Observamos assim que, para pensar em alguma coisa é necessário esquecermos outras.

Se não nos tornaríamos verdadeiros idiotas, com tanta informação inútil.

“Ok! Mas qual a chance de eu repetir um sonho, se este é uma atividade aleatória do córtex cerebral?”

Existe uma frase que diz: “os sonhos não são aleatórios, mas tem algo de aleatório nos sonhos.”

Vou trazer um exemplo que já escutei no meu consultório.

“É que eu já sofri um grave acidente de carro e sempre tenho pesadelos com isso.”

Neste caso, quando passamos por algo ruim, ao fecharmos os olhos, há uma atividade elétrica cerebral que estimula esse “vale mais profundo das memórias”, por isso o pesadelo se repete.

Essa memória fica em destaque e faz com que isso aconteça. E se essa repetição for muito forte, a pessoa aprofunda o trauma, sendo neste caso algo patológico.

Por essa razão, é necessário procurar ajuda profissional. E para isso existem técnicas como: o EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento por Movimentos Oculares).

“E quando eu sonho com alguém que já morreu?”

Você sabe como nossos ancestrais, há 60.000 anos, reagiam quando sonhavam com uma pessoa que já havia morrido?

Com espanto, admiração, devoção e a sensação de que ainda existia. Inclusive, é aí que nasce a ideia de que quem morreu vai para outro lugar, surgindo o conceito de espírito, de deuses.

Nessa circunstância, passa-se para um plano espiritual diferente do nosso. A partir daí, essas pessoas sentiam muita saudade de quem faleceu e acabavam sonhando com ele.

E no sonho, muitas vezes, a pessoa vem para nos ajudar, aconselhar, lembrar como fazemos as coisas.

Segundo relatos, esse contato fértil com o mundo dos sonhos, foi fundamental para sairmos do mundo das cavernas.

Pois, o sentimento, naquela época, era de que estávamos operando modificações profundas na cultura, em contato com quem já morreu.

Ou seja, morreu no mundo físico, mas no mundo das representações continuava vivo. “Como era mesmo que a vovó tirava a pele desse mamute, sem apodrecer?”

Você já teve algum sonho que sentiu um impacto emocional profundo e parecia real?

Freud acreditava que os sonhos são realizações inconscientes de nossas vontades. E sempre que temos um desejo ao qual não podemos realizar, escondemos, a fim de esquecê-lo.

Contudo, esse desejo continua a existir em determinado lugar e continua a criar efeitos em nós, como acontece quando você sonha.

Para Jung, os sonhos não expressam somente os desejos, mas tendências. E sem a necessidade de os conteúdos dos mesmos estarem reprimidos.

Ele aponta a importância de ficarmos atentos aos sonhos, pois esses possuem um “significado intrínseco próprio”, daquilo que está no inconsciente.

Para ele, o sonho é a maneira mais clara que o inconsciente tem para passar uma mensagem.

Por isso, se faz necessário abordar cada sonho de maneira a aprender algo com ele, e não para encontrar uma confirmação do que já se sabe.

“E como se faz isso?”

Interpretando esse sonho!

Busque relacioná-lo com outras simbologias já conhecidas, tais como: contos de fadas, mitos, religião, arte e outras tradições culturais da humanidade.

Compreende agora, como um sonho pode ter muito valor para você?

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