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PARA A ESCOLHA PROFISSIONAL: QUERER É PODER?

Querer é poder? O que é preciso fazer? Apenas ter vontade? Existe uma crença da modernidade onde a questão da liberdade de pensamento é usual, sobretudo, no empreendedorismo. Neste, o ressignificado do querer é poder traz uma conotação como se todo o fracasso dependesse disso. E para a escolha profissional, é assim também? Não seria o querer, só o primeiro passo?

Existem fatos que estão fora do alcance das nossas vontades e, às vezes, estas se alinham àqueles. Por exemplo, as pessoas que atingiram o sucesso, realizações profissionais e reconhecimento público, possuem uma vontade extraordinária. E é possível deduzir que as circunstâncias propiciaram essa vitória. Mas, quais são essas condições? Não há uma resposta clara para essa pergunta, porque diante de frases taxativas, como: querer é poder, haverá sempre uma desconfiança. O que podemos admitir é a suma importância do querer para usufruirmos de uma possível realidade promissora.

Sob o aspecto da vida humana, todas as pessoas nascem iguais, mas não morrem assim. E nessa trajetória do viver, não basta só querer para que as coisas aconteçam. E mesmo havendo esforço, muitos não conseguem atingir seus objetivos, em razão de cenários existenciais diferentes, até mesmo, quando se estuda numa Instituição equivalente. Então é possível constatar que o esforço por si só não basta, inclusive, para aqueles que nascem em famílias com poder aquisitivo semelhante. Assim como, formar numa Faculdade que dê todo suporte, ajuda, mas não é determinante para o sucesso.

Diante dessas constatações, infere-se que não existe clareza para o grau de liberdade que cada pessoa tem diante de uma escolha profissional. O que comprova isso é observarmos a existência de pessoas humildes, sem condições propícias, que se tornaram renomados profissionais. E outros, que detinham todas as condições para dar certo e não conseguiram obter êxito no trabalho. Atesta-se assim, que a vontade tem a possibilidade de ser soberana, mas as circunstâncias vividas não, pelo contrário, essas se tornam prováveis obstáculos. Será que Mozart foi um gênio pela orientação musical do pai e da irmã, supostamente, impregnados pelo pertencimento do querer é poder, ou por que Mozart já detinha uma genialidade musical?

A ideia desse artigo não é trazer um modelo que seja certo ou errado, longe disso, pois como vimos, não existe uma explicação consistente para o sucesso profissional com base no querer é poder. Quantos de nós precisamos de reflexões, orientações, estudos e de esforços para conseguir algo? Nossa força de vontade pode ser mais florescente em algumas áreas e em outras não. E diante dessa realidade, onde você se encontra hoje? A sua profissão é, ou será, fonte do seu esforço, do acaso, da razão de ser brasileiro(a), do destino, ou do diálogo com seu “eu” em consonância com tudo isso?

Sísifo foi condenado pelos Deuses a rolar uma imensa pedra até o topo de um penhasco e quando ele chegava ao cume, a pedra voltava para o ponto inicial. Isso porque ele havia tramado contra eles, então foi condenado a viver essa vida improdutiva. O querer de Sísifo não sobrepunha as condições estabelecidas pelos Deuses, ou seja, o querer dele não era poder! Quantos de nós, na profissão exercida, está carregando essa “imensa pedra” até o topo do penhasco, todos os dias? E quais são as atitudes tomadas diante dessa ação repetitiva e sem sentido?

Querer é o início de todo o processo, não resta dúvida, pois é a partir dele que aprendemos, mudamos, inovamos e buscamos sentidos para vivermos o que deve ser vivido. Perante o nosso querer, falta-nos poder para dominar o ambiente, mas não falha a intenção de buscar. Portanto, eu te pergunto: diante de uma escolha profissional; seu querer é poder?


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