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O QUE É A MORTE?


Dia 02 de novembro foi o dia dos finados, uma data anual para homenagear nossos entes queridos.

É um dos momentos em que lembramos que a morte está presente em nossas vidas.

Você sabia que a sua compreensão sobre a morte influencia na qualidade de vida e na maneira como interage com os outros, pessoal e até mesmo profissionalmente?

Os registros sobre o culto aos mortos trazem períodos que remontam à antiguidade. E desde lá, esse símbolo é muito importante para nossa sociedade.

Inclusive, já é sabido, caso você tenha lido meu texto anterior (“Qual o valor do sonho?”), que a saudade das pessoas que morreram, nos levou para fora das cavernas.

Naquela época, existia uma tensão constante mobilizada pela relação predador e presa, pois o homem sentia um medo constante da morte, em razão da arte de caçar.

Assim como, por doenças, infecções, parto…, a morte estava sempre ali, rodando os seres humanos com mais facilidade.

E o primeiro antibiótico só surgiu em 1928, razão pela qual, a morte, anteriormente, ficava muito mais em evidência.

Mas hoje, temos uma ciência mais sofisticada, que é capaz de ajudar a lidar com o mundo natural das coisas. Contudo, não é possível te proporcionar a eternidade.

Por outro lado, o estudo da morte sob o aspecto físico, filosófico e psicológico, ajuda a minimizar os sofrimentos das pessoas.

Você já passou por um processo de luto?

Neste processo passamos por 5 estágios, sendo eles: negação e isolamento, raiva, barganha, depressão e aceitação.

E colocar pra fora os seus sentimentos, faz com que você possa compreender melhor a morte, e as fases fundamentais para chegar nessa aceitação.

Visto que, o homem pode pensar sobre aquilo que vai além do mundo e da materialidade.

E o que é a morte?

Há dois entendimentos!

O primeiro é óbvio, ou seja, é o fim da vida. Aquilo que foi e não é mais.

E neste caso, essa definição tem um “ar” negativo em relação à vida, pois se refere ao seu desaparecimento.

“Então pra quê falar de morte, se ela não remete a nada?”

Porque para falar da morte, precisamos refletir sobre o principal atributo da vida, que é a sua finitude.

Neste caso, a morte nos permite pensar sobre a vida com lucidez, afinal, você e ninguém que habita esse planeta, vai durar para sempre.

E sabendo que a vida possui uma finitude, por que muitos não conseguem se preparar para viver o luto?

Platão disse que “filosofar é aprender a morrer.” A partir daí, aquele que pensa a vida sem a finitude, está cometendo um erro que mascara a sua reflexão.

Por isso, é necessário reaprendermos a viver, apesar das perdas que sofremos, dos momentos difíceis que enfrentamos até chegar na aceitação.

E assim sendo, não existe um manual para viver o luto. Cada ser humano possui sua particularidade para lidar com esse momento.

No entanto, aqueles cinco estágios já descritos, anteriormente, são muito comuns para qualquer pessoa chegar a essa superação, e muitos precisam trabalhá-los em terapia.

A segunda concepção de morte é vista como uma passagem, uma espécie de transformação de uma vida para outra.

E sob esse foco, só podemos falar no sentido de expectativa, seja por meio de um sonho, projeção ou qualquer outra definição espiritual, religiosa…

Percebemos assim, que é possível refletir sobre a morte e nos questionarmos: se a vida é cheia de angústia, sofrimento, dor e cansaço, então a morte é o fim de tudo isso?

Agora, se a morte é a passagem para outra vida, e se esta é considerada “purificada”, em relação à primeira. Sob essa perspectiva, quem morre sofre?

Partindo desses questionamentos, podemos inferir, que não há nada que possamos pensar sobre a vida, que não seja contaminado pela própria finitude.

Baruch Espinosa, filósofo holandês, disse que “o homem na verdade só pensa sobre a morte.”

E o que isso quer dizer?

Não é pensar em velório o tempo todo ou desejar morrer, nada disso!

Mas, tudo que você delibera sobre a vida, tem a morte como uma espécie de referência.

Quer que eu te prove?

Imagine que você é solteiro, tem 55 anos e arrumou uma namorada bem mais nova, que deseja ter filhos. Aí você faz um cálculo para criar esse filho e adiciona esse tempo a sua idade.

O cálculo que você fez, teve como base qual referência para tomar uma decisão?

E se fosse possível ser eterno, você pensaria da mesma forma sobre a vida?

Observe que a finitude faz os “segundos limitados” da vida criarem propósitos, conexões pessoais, religiosas, espirituais, além de ensinamentos.

E se pensarmos no tempo, ele nos ensina que a sua escassez nos confere valor, e a sua abundância não.

Logo, há tempo de nascer e tempo de morrer. No caso da eternidade, não havendo essa premissa, você sempre poderá deixar para amanhã.

Haveria assim, uma redefinição completa dos ritmos de vida, visto que teríamos todo o tempo do mundo.

No entanto, não é assim que funciona, pois, a morte, nos tira esse tempo todo. Nos obrigando a equacionar aquilo que queremos fazer.

“Compreendi! Então se eu tiver que lidar com a morte de uma pessoa amada, a frase é: viver o luto para não viver de luto.”

Exatamente! Talvez por isso, filosofar seja aprender a morrer, afinal faz você refletir sobre o que é a morte.

É por esse motivo que, quando você opta por fazer escolhas existenciais, acaba cuidando de uma vivência que é só sua. E isso te remete a finitude.

Isto é, todas as escolhas são feitas dentro de uma perspectiva e temporalidade finita, o que não aconteceria se você vivesse eternamente.

“Hum…, preciso trabalhar sobre o "viver de luto" na minha terapia, pois não estou conseguindo lidar com esse sentimento sozinho."

É um caminho essencial!

E nessas datas, em que a morte estiver em evidência, olhe para as estrelas!

Elas te farão perceber que o que vive em você é muito maior do que o próprio universo.

Compreende?




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