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O LUTO PROFISSIONAL



Você já viveu um luto profissional? Como reagiu? Foi consciente o ato ou seu sentimento nasceu de um luto despreparado?

A situação de luto se estabelece à medida que uma pessoa se defronta com a morte e/ou separação de um ente querido ou algo significativo.

Assim, a noção de luto como sendo a perca consciente é importante, pois há o luto despreparado.

Por exemplo, em relação à pessoa que teve uma morte súbita, no caso da demissão inesperada e em relação às escolhas que fazemos de forma impensada.

“Não tenho tempo de refletir sobre profissão, se pagar bem, que mal tem?”

O conveniente para vivermos o luto consciente é prepará-lo e organizá-lo, pois o luto despreparado envolve um processo mais profundo, em razão da dimensão súbita.

Tem gente que sabe o ano que vai se aposentar e começa a preparar essa transição, tendo atitudes graduais, de maneira que quando o “luto da profissão” exercida vier, ele não seja insuportável.

Muitos preferem na “morte profissional”, que a pessoa tenha uma agonia, porque isso prepara ela para viver o luto.

“Eu espero ser demitido desse emprego, para que eu tenha coragem de procurar algo melhor.”

Isso é mesmo necessário, para realizar uma transição de carreira?

A morte súbita de um trabalho só não nos surpreende, como também pode nos irritar. “Sofri perseguição e fui demitido. Ele me paga!”

Uma preparação com antecedência, em busca de um encontro profissional que pode trazer compreensão a si mesmo, requer uma conexão interna, o chamado autoconhecimento.

E por que não paramos para refletir sobre as escolhas profissionais ou mudanças de carreiras?

O que mais nos prepara para viver esse “luto laboral” é a consciência em relação às perdas e não em relação aos ganhos.

“Eu sei que essa alternativa me gera uma perda salarial, momentânea, mas eu necessito fazer minha transição de carreira. Lá na frente fará sentido e o dinheiro será consequência.”

Quando você faz uma escolha, geralmente, observa a lista dos contras e prós, e isso te ajuda a assumir uma alternativa.

E tendo consciência de que existe perda, e que esta é inerente à necessidade daquele ganho posterior, evidentemente, você possui uma condição de maior sossego.

“Sei que perderei a vasta carteira de clientes que tenho, mas a profissão que desejo é o que me faz sentido e não medirei esforços para alcançar meu objetivo.”

Existe uma frase que você já deve ter ouvido na vida, sobretudo em relação aos casados: “você não era assim, quando a gente começou.”

Essa frase remete a um pensamento: “Antes eu não tinha você”. “E ao passar a viver com você, eu me transformo e vice-versa”.

Então quando há uma escolha, você acaba também escolhendo algo que se dirige a você. Se eu escolhi me casar com fulana, existe algo em fulana que vive em mim, naquele momento.

Quando escolhemos uma profissão de forma consciente, o sentimento é o mesmo. Existe algo nesse trabalho, que vive em você também. Assim, estou escolhendo o tipo de “eu” que serei no emprego.

“Mas eu escolhi algo porque fui influenciado.”

E isso foi uma imposição? Por que você resolveu seguir essa indicação? Você tinha consciência do “luto” das demais opções?

Sem dar a isso um ar fantasioso, de que você é aquilo que pratica, que também faz sentido, mas, não podemos esquecer de que a sua rota pode ser direcionada por você.

Friedrich Nietzsche, filósofo prussiano, diz: “torna-te quem tu és”, como forma de encontrar uma essência que preexiste à existência.

“E como eu descubro essa essência?” “Ela existe mesmo?”

Existem realidades muito efetivas quando você escolhe algo que se identifica, influenciando no tipo de pessoa que é, sobretudo quando você se move concentrado em seu “eu”.

Eu sou um exemplo dessa realidade, pois fiz três graduações, cursei especializações, cursos técnicos, coach, passei em concurso público, além de já ter exercido inúmeras profissões.

Mas nenhuma delas foi capaz de interagir comigo, como a Psicologia. E quando você se encontra, profissionalmente, você tenta descrever algo que parece ser pouco compreendido pela maioria das pessoas.

Segundo uma pesquisa realizada no ano de 2017, por um Consultor de Carreiras, em 21 estados do Brasil, 90% das pessoas entrevistadas estavam infelizes em seus trabalhos.

E como eu descobri essa fórmula da realização profissional? Vivendo muitos lutos conscientes das profissões que exerci e estabelecendo prioridades que o dinheiro não compra.

Esse raciocínio é fruto de algo que não aceita a imposição de terceiros. Para compreender um amor profissional e vivê-lo, você não pode se autossabotar.

E um dos grandes desafios do amor e da relação amorosa com a profissão, que faz seu coração “cantar”, é tentar contribuir com alguém, aquilo que você vive.

Essas escolhas não são tão racionais como desejamos. Por isso, parecem “poéticas”, pois só quem vive sabe dizer.

Você vive ou já viveu sua profissão?

Não existe um teste psicológico milagroso, que no final dite o que você deve fazer. Assim como, não depende de uma positividade: “Pense positivo que vai acontecer!”

Você não é Deus, instituidor de realidades pelo pensamento. E sofrerá julgamentos de “A” a “Z”. Deus não sofreu?

Agora, se a palavra cria uma ação concreta, que dirige para execução de um objetivo, então ela é criadora e pode te transformar, mas só a palavra em si, não mudará nada!

E por último, registro: o valor do seu trabalho não está na hora trabalhada, está no sentido que ele tem para você.

Não é por dinheiro! É por amor! Se você entender essa conexão, o dinheiro será consequência e não o objetivo.

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