
Como explicar, por exemplo, quando pessoas de alto QI (Quociente de Inteligência) fracassam numa profissão e aquelas com um QI modesto se saem surpreendentemente bem?
O argumento a favor da importância da inteligência emocional depende da ligação entre sentimento, caráter e instintos morais, e não somente pelo QI.
Por exemplo, o impulso é o veículo da emoção; a semente de todo impulso é um sentimento explodindo para expressar-se em ação.
Logo, diante de uma relação de pressão é capaz de escolhermos uma profissão de qualquer jeito, sem reflexão, o que leva a uma escolha incerta.
Surge assim a profissão escolhida sem o viés da inteligência emocional, ou seja, pelos pais, porque ouvi falar que dá muito dinheiro, em razão do pedido da minha família, entre outras.
E quando estamos à mercê dos impulsos, os que não têm autocontrole acabam sofrendo em decorrência da escolha sugerida ou imposta, tendendo assim a não terminar o curso ou mesmo a trabalhar com algo que não gostam.
A capacidade de controlar os impulsos é a base primordial da força de vontade como também do caráter.
Quando menciono caráter, refiro-me aos traços psicológicos e/ou morais que o caracterizam como indivíduo único, ou seja, você não é igual a ninguém.
Tornar-se uma pessoa altruísta, que são aqueles indivíduos capazes de realizar suas ações pensando no bem-estar das pessoas ao seu redor, anula e sacrifica seus próprios desejos.
Por consequência, você deixa de exercer o seu autocontrole, pois o foco da atenção é o interesse alheio, isto é, aceitar uma vontade que não lhe é característica.
A raiz do altruísmo está na empatia, na capacidade de identificar as emoções nos outros e esquecer das suas.
Onde, na verdade, essa empatia deveria ter a capacidade de demonstrar ao outro, respeitosamente, o desejo de exercer suas específicas escolhas, sem que seus sentimentos sejam desprezados, levando em consideração, sobretudo, a importância da inteligência emocional.
A tecnologia avançou tanto que hoje é possível observar o funcionamento do cérebro.
Avançamos no entendimento de como nossas células atuam ao pensar, sentir, imaginar e sonhar.
A relação desses dados neurobiológicos esclarecem com maior exatidão nossas tristezas, impulsividade e como o cérebro nos incita a fazer escolhas que podem ser inclinadas para o melhor ou pior.
Essa referência, segundo a literatura, possui um certo atraso em virtude de a psicologia científica não dar a devida atenção às emoções como matéria de estudo.
E perante essa pequena introdução técnica, como fica a escolha profissional ou mudança de carreira sob o aspecto da inteligência emocional?
É certo que nossos centros nervosos nos movem e fazem parte dessa triagem ocupacional, ou seja, por influência ou não, você é o responsável pela sua opção profissional.
Sendo assim, a inteligência emocional por meio de um dos seus pilares, que também é a empatia, pode ajudar nossos filhos ou a nós mesmos, nessa procura pela profissão mais promissora.
O que faz a diferença são aptidões integrantes da própria inteligência emocional como: autocontrole, zelo, persistência e a capacidade de automotivação.
As aptidões podem ser ensinadas, à medida que nos proporcionam a oportunidade de lançar mão do potencial intelectual que lhes tenha sido legado pela questão genética.
A crença que o QI é um dado genético impossível de ser alterado, não é verdadeira!
Esse argumento não considera inúmeras questões, entre elas, o desafiante processo de uma escolha profissional.
O que podemos fazer para ajudar nossos filhos ou a nós mesmos a se sentir melhor diante desse desafio?
A orientação profissional e de carreira deve atuar como um guia numa viagem, mostrar os pontos turísticos, mas as percepções acerca das emoções são suas.
Uma viagem que visa buscar maior compreensão a alguns dos mais intrigantes momentos de nossas vidas: a escolha ou mudança de uma profissão.
O início da jornada é entender o significado dessa escolha e ter inteligência emocional para exercê-la com leveza. Essa compreensão, por si só, leva a um processo benéfico com impacto na sua futura carreira.
Por fim, essa descoberta sobre a arquitetura emocional do cérebro explica aqueles momentos mais desconcertantes de nossas vidas.
Às vezes, o sentimento esmaga toda nossa racionalidade e intuição, e nos coloca numa situação de escolha profissional baseada em critérios impulsivos.
Não esqueça, a inteligência emocional te leva a reconhecer e avaliar seus sentimentos e o dos outros, além de te dar capacidade para encarar todos eles.
Não ignore essa sua capacidade de lidar com suas emoções, sobretudo perante uma escolha profissional.
O resultado dessa análise te deixará confiante, motivado e equilibrado para enfrentar situações difíceis com mais facilidade.
Que a inteligência emocional faça parte da sua escolha profissional!
Boa decisão!
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