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Foto do escritorMichel Bezerra

QUAL É O PROBLEMA DA CERTEZA?


Você é o dono da razão?

Immanuel Kant, pensador alemão, disse: “avalia-se a inteligência de uma pessoa pelo número de incertezas que ela é capaz de suportar.”

E essa palavra suportar, não significa se abater por essas incertezas, mas sim considerá-las mensuráveis.

Em razão da velocidade do mundo, nossa memória não acompanha com a mesma rapidez, e é necessário ter um olhar diferente do já sabido.

Assim, a dúvida passa a ser uma grande aliada. E não ter dúvidas pode ser um indicador de mediocridade, por isso é importante tê-las.

Para ter dúvida é necessário a humildade, pois todo ser humano necessita dessa qualidade para seguir em frente.

Beda, pensador inglês, afirmou que há três caminhos para o fracasso: “não ensinar o que se sabe, não praticar o que se ensina e não perguntar o que se ignora.”

Diante disso, a generosidade mental é compartilhar o conhecimento para gerar reflexão.

E perguntar o que se ignora é sinal de humildade intelectual. Não é ser subordinado, mas saber que você não é a única pessoa que sabe, além de ter a consciência de que não se sabe de tudo.

Então, é possível afirmar que quando há um diálogo consigo e com os outros, há um momento reflexivo. E quem não possui esse hábito, não avança, não inova e só repete suas certezas.

Não aja como um trem, confiante na segurança do seu percurso, pois pode ocorrer algum incidente.

E há momentos em que sair do trilho, por conta própria, significa achar uma alternativa de caminho, que seja mais criativa e promissora.

Visto que, a distância que há entre os dois trilhos do trem é conhecida como bitola. Logo, a pessoa que fica sempre no mesmo trilho é chamada de “bitolada”.

No entanto, o seu “trem” não precisa descarrilar, no sentido de gerar um “acidente”, mas é preciso ser capaz de formular uma nova rota, inovando e se reinventando.

“E qual rota eu devo seguir?”

Como respondeu o Gato Cheshire à Alice, no País das Maravilhas: “Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve.”

“Sabia que a terapia não passava de um conto! O que eu preciso é de tempo e não de alguém que me repita frases prontas.”

A terapia nos permite desbravar novos territórios, a fim de juntar nossas energias e habilidades para ensinar o que se sabe, praticar o que se ensina, além de perguntar o que se ignora.

Assim, somos capazes de colocar sob suspeita nossas certezas e, mobilizar novos caminhos e práticas.

E se as pessoas de hoje não são mais as mesmas, como dizem, infere-se que há uma evolução mental.

Você acha que a terapia é para "loucos"?

É importante olhar a realidade no modo que ela se coloca. E o futuro exige pontes que criem situações promissoras.

Mas, diante de qualquer situação é necessário ter cautela. No entanto, existe um tipo de cautela que imobiliza, que faz com que você aguarde ao invés de buscar.

É aquela em que a pessoa acha que esperar mais um pouco fará com que as coisas se modifiquem, baseado na sua “esperança”.

E, eu já te destaquei no texto: “o que você quer mudar na sua vida?”, que esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, ir atrás, construir e não desistir.

Por isso, tenha cautela com a certeza que te mobiliza. E em vez de responder, que tal perguntar mais?

“Mas, eu te perguntei qual era a rota que devo seguir, e o que você me respondeu?”

Sócrates, ao visitar o Oráculo de Delfos, ouviu de uma de suas sacerdotisas que o fato de ele não saber nada o tornava o homem mais inteligente do mundo.

Ele não emitia nenhuma afirmação, apenas fazia novas perguntas. Sua filosofia tinha como princípio a construção do conhecimento ao invés da mera transmissão de ideias.

Estava convicto de que os diálogos favoreciam uma verdadeira troca de conhecimento, pois a partir deles, os discípulos conseguiam refletir sobre suas próprias afirmações e conclusões.

E o que o você faz hoje: busca uma resposta pronta ou emite perguntas?

“Aí que preguiça de continuar com essa terapia. Isso não vai me levar a nada.”

Há uma frase que diz: “na véspera de não partir nunca, ao menos não há que se arrumar malas.”

É essa a justificativa da sua preguiça?

A preguiça pode se tornar um hábito. E quanto mais você se habituar a manter o foco nela, mais preguiçoso será, pois quem tem preguiça se acomoda, inclusive para pensar ou dialogar.

Paulo Freire já dizia: “a prática de se pensar a prática é a única maneira de pensar certo.”

Isto é, não basta que você apenas faça as coisas baseado nas suas certezas, é preciso pensar naquilo que se faz, como se faz e se existem outras maneiras de se fazer.

E se você chegou até aqui, preguiçoso você não é!

“Como você tem certeza?”

Compreende agora, qual é o problema da certeza?

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