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Foto do escritorMichel Bezerra

ESTRATÉGIAS DA TERAPIA DE CASAL

Atualizado: 29 de set. de 2021

Estratégias nada mais são que comportamentos adotados com o intuito de solucionar um problema, onde se pressupõe a necessidade de negociação entre os parceiros e se essa negociação é considerada construtiva ou destrutiva. A construtiva envolve a comunicação respeitosa e a percepção do conflito como forma de melhorar o relacionamento, ter mais clareza das responsabilidades conjugais, buscar o autocontrole, flexibilização e tolerância com o objetivo de estabelecer uma solução satisfatória para o casal. A destrutiva, pelo contrário, identifica culpados, foca no problema, induz comportamentos de esquiva, reclamações, rigidez e negatividade. Na sistematização dessas estratégias, verifica-se que o efeito da negatividade é um fator de risco mais forte quando já ocorreu o divórcio, em relação a comunicação construtiva como um fator de proteção. E é possível que modelos negativos de resolução de conflitos possam se repetir nos relacionamentos conjugais de descendentes. A baixa capacidade de identificar os padrões interacionais e comportamentais aprendidos na relação conjugal dos pais se repetem no próprio casamento. E é nesse sentido, que a psicoterapia pode auxiliar o casal a identificar estilos destrutivos a fim de resolver conflitos aprendidos na família de origem e buscar alterar esses padrões de comunicação negativa.

Existem também outras variáveis que podem influenciar na ruptura de uma relação, sendo algumas delas: a depressão, câncer, alcoolismo ou uso de substâncias psicoativas, entre outras. Nestes casos, desenvolver estratégias que auxiliem pelo menos um dos parceiros a lidar com dificuldades crônicas de regulação emocional pode capacitar não só ele(a), mas o casal, a analisar o problema de forma colaborativa de acordo com diferentes perspectivas, considerando prós, contras e novas possibilidades.

Nesse contexto, avaliar o processo de resolução de problemas interpessoais na terapia de casal é estabelecer estratégias que possam levar o casal a assimilar as variáveis que afetam o modelo de interação conjugal. Os níveis e a trajetória de mudança da comunicação após a terapia podem levar a uma redução da negatividade e a comportamentos de retirada dela, além do aumento da positividade e da resolução dos conflitos, associando-se a uma maior satisfação conjugal gerada pelo processo terapêutico.

Isso não necessariamente quer dizer, que o resultado dessas estratégias de condução se dê com a continuidade da união, mas estas podem ser ressignificadas, validadas e reestruturadas no modelo de interação, assim como melhorar a saúde conjugal e a capacidade de expressar necessidades e empatia na comunicação e resolução de conflitos do casal, sobretudo quando estes possuem filhos.


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