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Foto do escritorMichel Bezerra

A VAIDADE


A vaidade está controlando a sua vida?

A vaidade sempre esteve presente na história da humanidade. O livro de eclesiástico na Bíblia diz que “vaidade das vaidades, tudo é vaidade”.

Essa ideia da “vanitas”, ou seja, da vaidade e que tudo seria vaidade, faz parte do pensamento judaico.

A vaidade é uma forma de idolatria na Bíblia. E a idolatria é o mais grave pecado para um judeu, pois ocorre quando ele não adora a Deus, mas sim a si mesmo.

Adoro as minhas virtudes, os meus valores, as minhas certezas ou aquilo que eu acho importante em mim.

No cristianismo, a condenação da vaidade continua, pois a vaidade é o primeiro pecado capital. Considerado pelos Teólogos a origem de quase todos os outros pecados.

Quando eu amo mais a mim, as minhas virtudes, a minha maneira de ser no mundo, do que todas as outras coisas, eu vou gerando todos os outros pecados. Logo, tudo isso é vaidade!

Essa vaidade, para o cristão, afasta o homem de Deus e por consequência da caridade, que é uma das grandes obras cristãs.

E qual é a influência da vaidade pela ótica psicológica?

O comportamento individual movido pela vaidade provoca grandes repercussões na cultura e na sociedade.

Essa questão do interesse humano, na satisfação da sua própria vaidade, que se opõe ao proposto pela consciência.

Esta é quando o ser humano possui a percepção do que é moralmente certo ou errado em atos e motivos individuais.

Você conhece o mito de Narciso? Ele era um jovem apaixonado por si mesmo. E ao observar seu reflexo no rosto de um lago, ficou fascinado e absorvido pela sua própria beleza.

Ele morreu afogado no seu próprio reflexo. Teria Narciso consciência da sua autoidolatria?

Observamos ao longo do tempo, essa discussão da vaidade na mente humana. A preocupação do que queremos que os outros pensem de nós.

Você prioriza as riquezas e prazeres imediatos ao invés dos seus valores, sua moral, ética e virtudes?

“Será que ele escreve porque encontrou uma paixão ou deseja aparecer?”

Se a vaidade estiver acima de tudo é aparência. Se for fruto da paixão é essência. E as paixões têm sede no coração, segundo os filósofos jesuítas.

A paixão é uma espécie de vivência que mora em nós e tem tempo certo e limitado, ou seja, vive e acaba em nós da mesma forma que vivemos no mundo e acabamos nele.

Desse modo, em cada época da vida, o ser humano é abalado por certas paixões decorrentes da vaidade.

“O que vão pensar de mim?”

O engano nos tira a possibilidade de conhecer e nos relacionar, autenticamente, com o mundo e com nós mesmos.

Ele faz com que não conheçamos as coisas e as pessoas da forma que realmente são, e sim pelo que apresentam e representam.

A vaidade é assim, a grande responsável por este engano. Influenciando a razão e a imaginação.

Entretanto, a razão não nos fortalece contra os males que resultam da vaidade, porque é induzida pela própria vaidade.

Em outras palavras, observamos com uma perspectiva tal que, vistas de um certo modo, fiquem parecendo o que nós queremos que elas sejam, e não o que elas são.

“Você viu, ciclano, como ele é vaidoso?”

E de certa maneira, o propósito de escrever um texto é de alguma forma uma busca de imortalidade humana, e por consequência, ela mesma, pode ativar esse sentimento da vaidade.

Mas, a vaidade como uma paixão da alma é uma força que move a pessoa. Não necessita de aplausos e admiração daqueles que o rodeiam.

Ela só se torna um vício quando for sustentada pela vontade de vangloriar-se, pelo foco nos interesses pessoais de forma arrogante e pela fixação na aparência.

As reflexões proporcionam um conhecimento de nós mesmos e possibilita uma autocrítica.

A vaidade e os vícios são partes constitutivas da mente humana. O que o ser humano pode de fato regular são suas ações, com o intuito de buscar harmonia própria e não meras suposições.

Assim sendo, a importância determinante da vaidade se dá, pelo fato de que ela pode favorecer o engano da pessoa no próprio conhecimento de si.

Lembra do mito de Narciso?

E é possível que o indivíduo não consiga reconhecer a sua vaidade, confundindo o vício com a virtude, o que leva a pessoa à confusão mental.

Logo, se o indivíduo não é capaz de reconhecer sua própria vaidade, também não é capaz de conhecer a si mesmo.

Portanto, a ideia desse texto é mobilizar uma análise reflexiva a respeito da vaidade; relações, modo de viver e essência.

Afinal, Friedrich Nietzsche já dizia: “A vaidade dos outros só vai contra o nosso gosto quando vai contra a nossa vaidade.”

Então, tudo será vaidade?

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