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A DEPRESSÃO E A PANDEMIA

Atualizado: 29 de set. de 2021

A depressão é um transtorno bastante conhecido e que exige acompanhamento clínico, psiquiátrico e psicológico, pois interfere em várias áreas da vida, como: trabalho, estudos, sono, relacionamentos e na própria qualidade de vida. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) relatam que o Brasil é o segundo país das Américas com maior número de pessoas com depressão, representando 5,8% da população brasileira. Diante de tais números, surge uma pergunta: como a depressão pode afetar, ainda mais, a sociedade durante a pandemia?

Hoje é possível inferir que a pandemia não só potencializou quadros depressivos como fez surgir inúmeros casos novos, o que pode ser atribuído ao medo da infecção, à duração da quarentena, ao baixo acesso ao lazer, à privação social, aos sentimentos de frustração e de aborrecimentos, à informação inadequada sobre a doença e seus cuidados, às perdas financeiras, ao excesso de tempo dedicado às notícias sobre a pandemia e à veiculação de informações falsas e sem base científica, entre outros.

Diante desse cenário relevante sob o ponto de vista emocional, segundo a literatura especializada, pessoas que precisaram respeitar a quarentena apresentaram maior prevalência de quadros de depressão e de ansiedade, se comparadas aos não afetados pela medida. Além de pesquisas apontarem que indivíduos com transtornos mentais tendem a apresentar níveis elevados de estresse e sofrimento psicológico durante a quarentena se comparados com pessoas sem esses transtornos.

Esses dados revelam não só a dimensão do impacto da pandemia e do isolamento social na saúde psíquica, mas também a necessidade de divulgar medidas práticas de preservação e atenção à saúde mental durante a pandemia, visando atenuar a prevalência da depressão. E quais seriam essas ações?

Uma das características mais marcantes, naturalmente não abrange a todos, de um indivíduo com depressão é de recordar do seu passado de forma demasiadamente genérica, inespecífica e difusa, ou seja, existe uma dificuldade de se lembrar de eventos específicos de sua história de vida. E uma das técnicas, dentre inúmeras outras, que podem fazer ressurgir esses eventos é a apresentação de palavras-estímulos, sendo algumas delas positivas e outras negativas, mas que trazem a memória lembranças relacionadas com cada palavra apresentada.

Assim, grande parte do trabalho psicoterápico para auxiliar o paciente a sair desse estado depressivo, deve ser elaborado de modo que possa ser determinado passos para sua consecução e que os progressos possam ser avaliados com critérios mais precisos. Essa é a razão pela qual o Psicólogo deve ficar atento à qualidade de memória autobiográfica de seus pacientes.

Por outro lado, deve se ter em mente que a percepção e proposição do problema são uma das funções cognitivas mais afetadas em razão do estado depressivo, pois acabam reforçando suas ideias de incapacidade e menos valia, sobretudo, nesse estado pandêmico, devendo buscar como etapa executiva a resolução de problemas. É diante deste cenário que o foco a ser trabalhado na terapia deve ser a resolução de problemas por meio de atividades que façam o paciente desempenhar o seu mais importante papel, cuidar dele.

Portanto, quando se define um problema a ser enfrentado, uma meta deve ser estabelecida. E para ser alcançada, os passos devem ser definidos com clareza, estimulando o paciente a buscar situações que possam oferecer suporte para a resolução de problemas, além de guiá-lo nesse processo em busca da sua saúde mental.

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