Você age por impulso? Sabe como deixar de ser assim?
Se eu te perguntar quanto é 2 x 2, a resposta é automática, correto?
Ser ou não ser… (continue a frase).
Viu como você responde automaticamente e sem esforço.
Agora se eu te perguntar quanto é 25 x 37 ou quem é você?
Certamente, você vai ter que refletir, pois exige um trabalho mental mais elaborado.
Por que isso acontece?
Segundo Daniel Kahneman, o psicólogo que ganhou o Nobel de economia, isso ocorre porque nosso cérebro tem basicamente dois sistemas de pensamentos:
O Sistema 1, que opera com pouco ou nenhum esforço e nenhuma percepção de controle voluntário, conhecido como pensamento automático.
Ele não é propenso a duvidar ou à indecisões, mas constrói histórias coerentes como se fossem verdadeiras.
E o sistema 2, que opera de forma lenta e necessita que você tenha atenção e foco nas atividades mentais.
É um pensamento lento porque cumpre uma sequência de etapas e requer um trabalho mental apurado, exigindo interrupção quando a atenção é desviada.
“Mas por que eu devo saber disso?”
Vou te responder com outra pergunta:
Quais desses sistemas você utiliza para realizar uma escolha?
“Ah eu não sou de pensar, respondo tudo em razão do calor do momento.”
A construção desse tipo de afirmação tende à subjetividade e à visão parcial das coisas.
“Como assim?”
Quando realizamos escolhas de forma automática, tendemos a cometer erros sistemáticos, ou seja, onde não há uma reflexão, mas existe uma impulsividade.
E a pessoa impulsiva se coloca em situações difíceis. A falta de reflexão antes de tomar uma atitude ou de se expressar, não permite uma análise das consequências dos seus atos.
“Eu tive uma discussão no meu estágio e resolvi trancar meu curso de direito. Acho que essa carreira não é para mim.”
“Chega! Você é o culpado de eu agir assim.”
Será que não existem aí projeções?
“E o que é projeção?”
A projeção é uma maneira de atribuirmos ao outro, o que está acontecendo conosco e que ocorre de forma inconsciente.
“O chefe me chamou a atenção, achei injusto e descontei a raiva que senti na minha família.”
Não confunda “isso” com “aquilo”! Repense sobre as situações vividas, antes de tomar qualquer decisão.
Quando estamos propensos a tomar decisões em razão do “calor do momento”, pensamos de forma automática e não reflexiva.
E isso pode gerar frustrações como: arrependimentos, causar mal-estar, baixa autoestima…
“Por que eu não pensei melhor, antes de tomar aquela decisão?”
Agir por impulso, mesmo sabendo que não era a hora ou falar onde devia se calar, são ações que geram problemas relacionais e emocionais.
Seguir os estímulos sem nos consultarmos, torna-nos reféns de nossas próprias ações. Entretanto, é possível superar os padrões automáticos.
Quando o sistema 1 não possui uma resposta, o certo é recorremos ao sistema 2 para fornecer um processamento mais detalhado e específico.
Isto é, sentir o impulso e escolher a forma de agir. Isso é inteligência emocional e realça o pensamento 2 proposto por Kahneman.
As facilidades das respostas rápidas podem te colocar num caminho, no entanto, será esse o seu destino?
Ou esse tipo de atitude pode te deixar perdido?
Essa escolha, sem reflexão, ajuda você a ganhar ou perder tempo?
Com essa consciência, podemos operar a chamada auto-observação, a fim de nos regularmos internamente.
E isso não acontece como um milagre, mas através de um aprendizado, afinal você é humano e pode aprender com seus erros.
Você leu o meu texto aqui do blog: “Você tem controle emocional?”
“Não, mas pretendo!”
Tá vendo aí? Já virou um pensamento automático.
Lembre-se: Não basta só conhecer o impulso, é necessário elaborarmos os pensamentos.
É com esse aprendizado que evitamos ser vítimas de nossas próprias atitudes impensadas.
O que falta para você dominar seus impulsos e refletir sobre seus comportamentos?
“Ler meus textos!”
Ih…, agora fui eu quem pensei de forma automática.
Boa reflexão para nós!
Obs:
Link para o texto: "Você tem controle emocional?"
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