A expressão “eu não pedi para nascer” como justificativa para não ser responsável pelo que você faz, isto é, tudo que acontece com você, já teve ou tem a ver com sua forma de viver?
Essa pode não ser a sua primeira crise existencial, mas é um ponto de partida para reflexão de muitas pessoas durante a trajetória de vida.
Refletindo sobre aquela expressão, ela é determinada por um sujeito autônomo ou a culpa é mesmo de alguém?
Quando uma pessoa te pergunta se você vai fazer o curso “X” e você responde: “Sim, é o que eu quero!” Esse “eu quero” é uma afirmação que determina sua convicção no momento. E se não der certo, ainda assim, a escolha própria é mais leve, pois foi você o autor da ação.
A questão está quando você não escolhe. Neste aspecto, há uma grande distinção entre levar a vida como “perdida” e a vida como dramática.
Por exemplo, quando a escolha profissional que não deu certo é atribuída a alguém, essa relação passa a ser de “perda”, pois você teve a opção de escolha, no entanto, não quis assumir essa responsabilidade.
Agora, quando você escolhe porque quer, deixa de ser coadjuvante e passa a ser o autor da sua história.
E diante de uma escolha não assertiva, ainda assim, há o modelo dramático: “Por que isso só acontece comigo?” “Por que não ouvi fulano?” “Eu podia ter escolhido outro curso.”
A percepção, nesses casos, é que muitos passam a vida “agonizando”, isto é, lutando para na vida estar e para dela não sair sem sentido.
Por outro lado, não temos controle sobre uma série de variáveis. Mas o certo é que toda ação decorre de uma escolha.
O moderno conceito de trabalho, a noção contemporânea de que o indivíduo constrói sua realidade, a partir do seu esforço, é a crença no indivíduo capaz de mudar seu destino na hora em que deixar de ser “preguiçoso” ou tomar consciência das suas ações.
Você se torna uma referência em algo, por que você é mais capaz? Por que você nasceu para isso? Por que Deus o chamou, ou por que você consumiu horas e horas de estudos, e reflexões relacionadas ao seu autoconhecimento?
Aquilo que ao final do processo te dar “os louros” da vitória pode trazer como base seu suor, oração, lágrimas, devoção, mas sobretudo uma compreensão de um merecimento pela luta contínua que é sua e de mais ninguém.
Como enfatizava Sócrates, a pergunta é mais importante do que a resposta. Ao se fazer a pergunta correta, já te mostrará uma posição de que sua existência não é fruto de um acaso.
Se você chegou na profissão que almejava, certamente você sobreviveu a uma série de decisões que foram sendo tomadas, às vezes com uma interferência direta e, às vezes, como uma “folha carregada ao vento”.
Tomar consciência que não escolheu a profissão certa e perceber o vazio que essa escolha traz pode ser o estopim pra você encontrar o seu propósito, esse momento pode te dar a direção.
Portanto, negar os acontecimentos não faz você analisar todo o contexto e trabalhar por mudanças significativas.
Estar pronto para exercer uma profissão com sentido requer conhecer sua identidade e projetos de vida, mas isso não quer dizer ausência de dificuldades.
Todo mérito é válido se você se esforçar por ele!
Não existe perfeição humana, mas somos capazes de nos aperfeiçoarmos, ou você já nasceu pronto?
Boa reflexão!
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