Você conhece alguém que se propõe a ver o mundo de uma forma diferente, sem que as emoções gerem a si mesmo resultados perturbadores?
O estoicismo é uma concepção filosófica que nasceu na Grécia Antiga, um dos seus representantes pioneiros foi Zenão de Cítio.
Ela remete à ideia de aceitar a condição de que a vida traz turbulências e eventos que não podemos controlar.
É, simples assim!
Uma pessoa estoica vive conforme os desígnios que a vida proporciona, mas não de maneira conformada, e sim serena.
Ela tem a noção que a vida traz atribuições, alegrias, dores, infernos e paraísos. E assim, ela se prepara para viver cada momento sem focar nas perturbações.
Possui a consciência de que não adianta se rebelar contra situações que não se tem controle, como a morte de um ente querido, por exemplo. E isso requer muita sabedoria!
Nessa concepção a pessoa vive de acordo com o que a vida apresenta, o que se encontra na sua rota, mas sem se tornar acomodada.
Ela aceita o que tem que ser aceito, já que não pode mudar por sua vontade. Não se revela de forma furiosa, irritada ou perturbada com as condições que são incontroláveis.
E sabendo que não se tem o que fazer, em certas ocasiões, vive esse modo de ser, isto é, focado apenas no que é possível controlar.
Dessa forma, vive uma vida melhor, reduzindo a ansiedade, o estresse, sabendo lidar com a insegurança e outros sentimentos negativos. Esse é o objetivo da atitude estoica.
Essa corrente filosófica foi muito questionada, pois para seus opositores ela pregava o comodismo, a aniquilação dos sentimentos e o domínio absoluto da razão sobre as paixões.
Mas viver de uma forma mais serena, consciente de que existem coisas que não podem ser mudadas, é ser mesmo acomodado?
Sabemos que sustentar uma “vida estoica” não é tarefa fácil, pois significa assumir a responsabilidade do que se pode controlar, e não admitir que situações incontroláveis possam lhe tirar do sério.
É por meio desse pensamento que o estoico persegue o ideal do Sábio, fundamentando essa ação num movimento de se autopreservar e viver segundo a sua natureza.
Quem sabe a hora que vai morrer? Quem manda no clima? Quem controla as pragas?
Assim, entendendo essa filosofia de vida, ele dificulta o vício, que se baseia na ignorância e passa a compreender as coisas como elas são, e não como deseja que sejam.
Então o Sábio não possui paixões? É apático, duro e sem alma?
Sua principal característica está relacionada a movimentos racionais da alma, ao contrário da paixão, onde o movimento é irracional.
Ele não é um sujeito vazio, duro e apático, mas possui conhecimento da sua natureza e se vale desse princípio para se preservar, escolhendo a razão como ferramenta natural para alcançar uma vida feliz.
O Sábio não busca a eliminação de movimentos da alma, como pode parecer numa leitura mais distraída desse texto.
Seu foco está em não exercer movimentos contrários à natureza, aqueles que são irracionais, buscando que a razão o leve à virtude, à felicidade e à liberdade.
Portanto, a filosofia estoica acreditava que as paixões interferem na nossa capacidade de lidar, razoavelmente, com as condições existentes que não podem sofrer alterações.
E sabendo que nada pode fazer diante de tal realidade, leva a vida de forma mais serena. Isso é ser estoico no sentido filosófico.
Epiteto, filósofo grego estoico, registrou: “Ocupe-se apenas do que pode controlar.”
Que tal?
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