Como realizar uma escolha profissional? Por que é tão difícil descobrir uma vocação?
Que tal começarmos com uma estrofe da música do Cazuza, cantor e compositor, "o tempo não para"?
"A tua piscina tá cheia de ratos. Tuas ideias não correspondem aos fatos. O tempo não para."
As possibilidades que surgem de uma orientação profissional e de carreira, diante das dúvidas profissionais, têm se revelado muito promissoras.
O que você faz quando está perdido? Aceita sugestões dos amigos, da família, foca no salário do emprego ou busca compreender mais você?
Você cria condições para superar suas dificuldades e conflitos decorrentes da escolha profissional, quando promove a si mesmo tempo para refletir.
Esse é um processo para alcançar sua liberdade profissional. Não tenha dúvida disso!
Mas, a liberdade nos assusta! As variáveis que nos compõe e nos inventam podem tirar o foco do nosso “eu” mais profundo.
Não tenho tempo de perder tempo com o tempo que não tenho.
Quando você terá tempo?
Se você levanta uma multiplicidade de fontes tais como: pessoais, emocionais, profissionais e resolve responder as suas perguntas, você encontrará esse “eu” em essência no seu tempo.
Quando a pessoa diz: “eu por mim, lá dentro de mim…”, ela parece se referir a um local ainda não explorado, do ponto de vista da sua liberdade, onde ela está “guardada”.
Será que ali é onde ela esconde esse “eu” autêntico?
Fernando Pessoa escreveu: “O poeta é um fingidor. Finge tão completamente, que chega a fingir que é dor. A dor que deveras sente.”
Ele discute nessa citação a tendência humana de fingir. Não quer dizer que o poeta seja um mentiroso ou alguém disfarçado.
Mas que é capaz de transformar os sentimentos que estão dentro dele. Talvez por essa razão, consegue se expressar de maneira única.
E você ao exercer ou escolher sua profissão, é um “poeta fingidor”?
Quando entendemos que o destino da vida é múltiplo, que as escolhas implicam perdas e que a potência de tudo está contida em nós mesmos.
Que somos o que somos, em razão das circunstâncias vividas, mas, que é possível interferir nesta jornada, e ser menos duros nos nossos julgamentos.
Isso nos ajuda a nos tornarmos um pouco mais “perfeitos”, pois quando não nos conformamos, acabamos procurando algo para que isso ocorra.
A perspectiva de uma vida que carrega possibilidades, que às vezes é rotulada por terceiros, não deixa de ter uma descoberta.
“Você já não fez um curso, então por que vai procurar outro?” “Você está perdendo tempo!”
Será?
Quando nos reconhecemos múltiplos, multifacetados, isto é, uma pessoa que possui variados e peculiares aspectos, sujeito a influências, acabamos tomando consciência de algumas escolhas.
A partir daí vemos que há uma nova perspectiva que pode ser produtiva, porque nos fará feliz.
E a fim de apropriar-se dessa nova identidade profissional, surge a questão: “Quem eu quero ser daqui em diante?”
Nessa perspectiva, compreendemos algo que é construído ao longo da vida, mediante nossas relações com os outros, com o mundo e consigo mesmo.
E considerando a construção de si mesmo, em primeiro lugar, antes de uma eventual escolha profissional, esclarecemos melhor quem somos e aonde pretendemos chegar.
Neste sentido, a escolha parte sempre de uma história, a qual leva em conta, sobretudo, o processo das escolhas pessoais.
A reflexão e a discussão da problemática profissional por meio do autoconhecimento e da informação, faz superarmos as dificuldades e os obstáculos de uma escolha.
E esse é um dos trabalhos do Psicólogo, especialista em Orientação Profissional e de Carreira. O objetivo é avaliar junto com o orientando, os aspectos relevantes de uma escolha.
Compreendendo os fatores envolvidos nesse processo, a relação do sujeito com o seu desejo e de como isto pode ser trabalhado, mediante as pressões sociais e as opções profissionais.
Vamos continuar com a música do saudoso Cazuza?
“Eu vejo o futuro repetir o passado. Eu vejo um museu de grandes novidades. O tempo não para. Não para, não, não para.”
E aí? Você tem coragem de descobrir quem realmente quer ser?
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